O que esperar de um segundo mandato de Marcelo
Em sentido estrito Marcelo Rebelo de Sousa não é um populista.
O populismo por definição consiste na defesa de uma ideologia em nome do "povo" contra as "elites" ou contra uma minoria. Claramente Marcelo não se enquadra nesta categoria, ideologicamente não está contra as elites. Ele próprio assume tacitamente pertencer a uma elite.
No entanto Marcelo Rebelo Sousa tem uma popularidade que entre os seus antecessores só tem paralelo em Mário Soares e a popularidade de Marcelo é um fenómeno que comporta riscos que ainda não foram totalmente entendidos pelos portugueses.
A popularidade de Marcelo surgiu num ciclo económico favorável a par com uma clara aproximação a um governo que não é da família política a que Marcelo pertence.
Os sinais de abrandamento económico ao nível europeu são claros e é fácil de prever que sobre uma conjuntura internacional mais exigente a Presidência da República terá que ser também mais exigente com o Governo (como é hábito num segundo mandato).
Outro sinal recente do desgaste da Presidência da República é o embaraço de Marcelo na resposta às críticas feitas a António Costa devido aos laços familiares no Governo.
