31 de julho de 2006

Lendo jornais / blogues / papéis / caixas de comentários / pichagens

"Má fé" no Kontratempos.

Acrescento mais um exemplo: a utilização da palavra "massacre" nos noticiários da RTP1 e no Público de hoje (os que vi, é provável que apareça noutros meios de comunicação). No Dicionário da Academia é claro que a palavra implica matar "indiscriminadamente" "com selvajaria e crueldade", tendo como significados "chacina", "matança", e o acto de massacrar significa "chacinar" "trucidar", "dizimar", "exterminar". Podem parecer cruéis estes preciosismos vocabulares, mas o uso da palavra "massacre" não é descritivo é propagandístico porque implica haver dolo por parte de Israel. Se um inquérito revelar que o ataque a civis foi deliberado, então é legítimo usar a palavra "massacre", até lá é uma opinião disfarçada de notícia. Qualquer manual de deontologia jornalística ensina o que se deve fazer em casos destes, seja qual for a opinião do jornalista, a indignação que possa ter perante a violência da guerra e a sua inerente injustiça face a inocentes.
Pacheco Pereira 31/7/2006

Bem pelo contrário, a União Europeia, cuja política no Médio Oriente é claramente anti-israelita e por isso inútil para mediar qualquer coisa, continua a financiar a Autoridade Palestiniana controlada pelo Hamas. Os americanos dão uma última garantia de segurança a Israel, mas essa só funciona num ambiente de Armagedão, e a Bíblia e os seus apocalipses não são os melhores conselheiros. Até lá, e esperamos, sem necessidade de chegar lá (um conflito nuclear), Israel está sozinho e só pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os israelitas fazem tudo para que o mesmo não lhes aconteça. Pacheco Pereira 20/7/2006

A minha adaptação livre:

"Bem pelo contrário, [os Estados Unidos], cuja política no Médio Oriente é claramente [pró]-israelita e por isso inútil para mediar qualquer coisa, continua a financiar [Israel independentemente de o governo Israelita não se mostrar empenhado no Roteiro para a Paz]. Os americanos [não] dão [qualquer] garantia de segurança [à Palestina], [criando assim] ambiente de Armagedão, e a Bíblia e os seus apocalipses não são os melhores conselheiros. Até lá, e esperamos, sem necessidade de chegar lá (um conflito nuclear), [o Irão] está sozinho e só pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os [iranianos] fazem tudo para que o mesmo não lhes aconteça."

Resta-me admitir que o exercício de adaptação livre correu um bocadinho pior do que eu estava à espera. Talvez por isso eu prefira os meus bitaítes ao jornalismo. Ninguém é perfeito.

5 comentários:

sabine disse...

Há adaptações para todos os gostos!
Ler:
http://blogda-se.blogspot.com/2006/07/lbano-o-vinho-de-can.html
Isto, claro, sem querer desculpar Israel... Alias, ao contrario do que JPP diz, na Europa o anti-sionismo (a expressao "anti-semitismo esta a ser demasiado usada para ser credivel) tem pouquissima expressao e ainda bem. Tenho pena das pessoas como ele que pensam que quem nao concorda com a politica do estado de israel é anti-semita.

abrunho disse...

Eu lembro-me de ler que a UE cortou as relações com o Hamas e contribuições monetárias para o governo. Continua a ajudar organizações não governamentais humanitárias. Lembro-me mais tarde ler sobre os problemas que se estava a ter para pagar aos funcionários. Mas há uns dois meses que não sei nada.

A UE tomou uma posição relativamente ao Hamas e que só começaria a cooperar com a organização se reconhecesse Israel e abandonasse o discurso e a prática da violência.

Estou errada? Algo mudou?

Anónimo disse...

Abrunho:

É exactamente isso que eu ouvi nas notícias.

Aproveito também para avisar que a minha mioleira ficou com grandes problemas quando reparei que tinha que misturar no mesmo exercício o Líbano, a Palestina o Irão e a Guerra Nuclear, mas as minhas meninges querem mesmo é divertirse deviam ter ido para história qui sa psiquiatria. Quer dizer para o Júlio de Matos.

Sabine:

Já vou consultar a bibliografia. Mas isso das palavras é para se usarem, é claro que pode-lhes sempre acontecer como ao dolar: começarem a desvalorisar. O importante é insistir, porque o dolar está a desvalorisar mas a economia Americana continua de vento em poupa.

sabine disse...

Luis: precisamente. :)

Anónimo disse...

Andava a macacar com o statcounter, por causa de um certo hacker de um certo blogue que anda aqui a visitar o meu tasco.

Informo-te que foste a primeira visita com o novo contador. Big borther is watching you.

Bom dia!

Arquivo do blogue

Powered by Blogger


View My Stats