26 de fevereiro de 2006

Como é que um gajo responde a isto?

O melhor será perguntar ao RIAPA.

25 de fevereiro de 2006

O modo como a comunicação social (exemplo típico: o relato épico-lírico de um jornalista da RTP no noticiário das 20 horas de ontem) está a tratar o crime cometido no Porto contra alguém que se encontrava na maior das solidões, da perda de si, o que também significa na margem mais absoluta da exclusão, é um típico exemplo de jornalismo de causas, ou seja, de não-jornalismo. Duvido que sequer sirva qualquer causa, serve uma determinada visão política do problema e da sociedade, a do Bloco de Esquerda. Penso aliás que é absolutamente contraproducente para uma sociedade que aceite a pluralidade das escolhas de vida com naturalidade, que é o que desejamos. (Pacheco Pereira no Abrupto)

Concordo com aquilo que o Pacheco Pereira diz - em parte. Na imprensa escrita a separação entre os espaços de informação e de opinião é uma regra bem estabelecida nas redacções dos jornais de referência. Na televisão essa separação é por natureza mais difícil de fazer. Infelizmente aquilo a que temos assistido é ao estabelecimento da informação espectáculo em que o apelo deliberado e explícito ao sentimento são a regra. Parece-me que, no caso de um crime deste tipo, isto é particularmente mais grave porque a natureza do próprio crime é tão grave que é desnecessário o apelo ao sentimento; direi que se o espectador ficar indiferente a uma notícia meramente factual, algo de errado se passa. Algo de errado se passa com o espectador. Será que é esse o problema? Será que nas redacções da RTP (e da TVI) aquilo que se assume é que os espectadores têm os seus sentimentos de tal modo embutidos que é preciso esfregar-lhes com a miséria humana na cara para obter deles uma reacção?

Onde me parece que o Pacheco Pereira erra é justamente na interpretação do estado de coisas anteriormente descrito. Ele vê ali um favorecimento da agenda política do Bloco de Esquerda. Será que o Pacheco Pereira não sabe que nestas matérias a biografia individual é provavelmente mais relevante do que o posicionamento partidário?

Convem a este propósito lembrar que hoje em dia há quem defenda que o conceito de identidade sexual do indivíduo não faz sentido. De acordo com esses pensadores aquilo que pode ser definido como homosexual, heterosexual ou bisexual são actos sexuais. O Pacheco Pereira não parece querer saber de nada disso, o que num plano puramente individual é uma opção tão respeitável como outra qualquer.








"It happened so long ago that it could as well be a lie."

Proverbio dinamarquês retirado da minha Inbox do dia 24 de Agosto de 2004.

Era mesmo disto que o template estava a precisar

Quando me falam em gasosas fico logo a precisar de um Alka-seltzer. E eu só me movo na mais civilizada Europa. Enfim, o costume!

What about you?

- Good Fucking morning Tony. What r u up to?

21 de fevereiro de 2006



Tu fazes o que com o creme hidartante de Aloe Vera?

Ele há com cada mania ...

20 de fevereiro de 2006

O alegrista «Movimento de Intervenção e Cidadania» anunciou que não vai ter nenhuma hierarquia. Acho bem. O directório de um movimento chamado MIC arriscava-se a ser conhecido como o «mictório».

Eu tenho um medo do caraças deste gajo! Um dia que eu queira iniciar o meu próprio "movimento de intervenção e cidadania", o que é que este gajo vai dizer de mim?

19 de fevereiro de 2006


Há muito tempo que não posto uma jeitosona assim (as comentadoras femininistas fundamentalistas escondem-se onde menos se espera). Hoje não resisti, achei que era preciso fazer qualquer coisa para combater contribuir para o torpor mariano em que o país se encontra envolvido. Digam lá que aquela cruz no regaço não é uma beleza?

17 de fevereiro de 2006

Recebi hoje o seguinte e-mail do director (sic!) do complexity group do Imperial College London:

"Dear Everyone,

We need 3 people to guide the discussions for the next 3 group meetings:

February 23rd
March 2nd
March 9th
March 16th is covered by G.
March 23th is covered by K.

Please get back to me asp.

Many thanks"

Se alguém estiver interessado é favor informar-me. Eu prometo passar a informação a quem de direito.

P.S.: Fiquem descansados o K. não é nenhum personagem de Kafka ...
P.S.2: Se o Santiago por aqui passar sugiro-lhe desde já que aceite o desafio. Uma coisa lhe posso garantir se ele seguisse a sugestão ia compreender muita coisa ...


Sobre o Holocausto diz-se frequantemente que foi o periôdo mais negro da história da humanidade. Não questiono a validade dessa afirmação do ponto de vista das estatísticas.

O meu problema aqui é que, não se tratando de futebol, essa abordagem estatística da morte industrializada levanta-me alguns problemas.

Desde logo é preciso fazer uma ressalva: os números do genocídio são tão chocantes que a pílula não pode ser mesmo adocicada por uma pessoa decente.

É preciso também lembrar que nos fornos crematórios do holocausto não foram sacrificadso só Judeus. Foram também sacrificados ciganos e homosexuais. De quem mais me estou a esquecer?

O caso dos homosexuais é para mim de um ponto de vista histórico e moral [estranha combinação de palavras] particularmente emblemático, porque é sabido que algumas das pessoas que planearam o holocausto eram homosexuais. Entenda-se, do ponto de vista público eram senhores de bem casados e com filhos, mas depois tinham toda uma vida secreta que incluia ao mesmo tempo a practica de actos homosexuais e o sacrifício da vida de outras pessoas também elas homosexuais.

A ponte entre aquilo que relato no paragrafo anterior relativamente aos homosexuais e o que se passou com os Judeus é nos dada pela ficção, na "lista Schindler" de Steven Spielberg. No filme Schindler aposta num jogo de cartas com o director de um campo de concentração o direito de transportar consigo uma das suas "criadas". Este não quer aceder ao pedido para efectuar o tal "jogo". Schindler analisa a recusa da seguinte forma: "Tens vergonha de estar apaixonado por uma judia.". Do ponto de vista que a interpretação de Schindler cria é tentador dizer que até os carrascos do Holocausto escondiam dentro de si a possibilidade de fazer o Bem, isto assumindo que essa coisa difícil de definir a que chamamos paixão tem alguma coisa que ver com o bem. Esta última condição não é uma questão menor, porque no mesmo filme Schindler aproveita o Sabath para beijar todas as mulheres que trabalham na sua fábrica.

Admitir que "até os carrascos do Holocausto escondiam dentro de si a possibilidade de fazer o Bem", pode parecer deslocado e politicamente incorrecto. Na minha opinião é uma condição essencial para establecer a imputabilidade daqueles que fizeram o Holocausto. Ou poderiamos considerar aqueles que cometem um crime (seja ele qual for) imputáveis se estes forem desprovidos de conciência moral? A questão que aqui se coloca sempre é: porque é que individuos providos de consciência moral praticam actos imorais? Esta é no meu entender o fulcro sobre o qual balança a definição do conceito de Mal.

O outro receio que eu tenho quando se discute a questão do Holocausto é a tentação de cair numa excessiva culpabilização da nação Alemã daquele tempo. Não se trata aqui de pôr em questão a loucura colectiva que foi vivida durante esse periôdo da história na Alemanha nazi. Trata-se isso sim de perceber que o Holocausto não nos deve levar a questionar a Alemanha ou a nação Alemã, bem pelo contrário o Holocausto obriganos a questionar o que é a condição humana, o que somos nós e de que é feita a nossa própria carne.

Do ponto de vista enunciado no paragrafo anterior perder demasiado tempo a discutir o Holocausto pode até ser pernicioso, porque no futuro novos Holocaustos podem ter lugar. Desse ponto de vista a questão fulcral é saber como cada um de nós se comportaria sob o tipo de pressão que se gera nessas situações.


As declarações do embaixador iraniano em Lisboa sobre o Holocausto, pondo em causa a possiblidade de eliminar seis milhões de Judeus no período de cerca de três anos que durou a designada "operação final", são chocantes em todos os aspectos. Será que alguém vai fazer alguma coisa?

Longe de mim querer pôr em causa a liberdade de expressão do senhor embaixador. A questão que se me coloca aqui, como no caso dos cartoons dinamarqueses, é a irresponsável latitude com que esta é usada.

"Qual é coisa qual é ela que quando é mencionada deixa de existir?
O silêncio ..."

Adivinha enunciada pelo médico nazi, funcionário Auschwitz, em "A vida é bela" de Roberto Benini.

"Há uma altura a partir da qual as palavras deixam de fazer sentido. a partir daí é melhor não dizer nada."

Palavras do projeccionista no "Cinema Paradiso" citadas de memória.

E o silêncio ruido depois de Kafka a quem pertence?

o silêncio depois de Mozart ainda pertence a Mozart

Alguém me explica ...

... como é que se pode escrever um romance, um blog ou estudar o comportamento humano depois de Kafka?

15 de fevereiro de 2006

Virtudes públicas e vícios privados

Ele optou pelos vícios públicos temperados com virtudes privadas ... pareceu-lhe mais original. Puro engano.

14 de fevereiro de 2006

A mão invisível ... essa coisa esquiva ...



Eu não acredito em Deus! Mas no destino ainda vou acreditando ... cada vez mais firmemente!

Têm dúvidas?! Perguntem a este senhor pela mão invisível!

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