3 de abril de 2007

«NINGUÉM DESCONHECIA»

«Manuela Ferreira Leite sublinhou, ainda, que as informações sobre a má qualidade do ensino naquela instituição [Universidade Independente] -- sobre os seus "atributos em termos pedagógicos" -- não são de agora. "Não é um caso novo", referiu, acrescentando: "Ninguém desconhecia que havia pessoas que tiravam 11 e 12 cadeiras no mesmo ano» (PÚBLICO, 3.4.2007: 11).
Manuela Ferreira Leite, recorde-se, foi ministra da Educação entre 1993 e 1995. Como relembra o PÚBLICO, foi nesse «período em que a Universidade Independente começou a funcionar». Nessa altura, calculo, Ferreira Leite não deu por nada. Nessa altura, quando tinha a oportunidade directa de corrigir a situação, aparentemente Ferreira Leite desconhecia os problemas com os atributos pedagógicos da Independente.
Terá tido conhecimento, porventura, mais tarde?
Ferreira Leite foi igualmente ministra das Finanças entre 2002 e 2004. Será que, nessa altura, em Conselho de Ministros, ou por via informal, alertou o seu colega, David Justino, para os problemas na Independente? Ou será que não era necessário porque «ninguém desconhecia»? Se «ninguém desconhecia», por que motivo «ninguém» fez nada, nomeadamente os governos de que fez parte?


Paulo Gorjão

Se calhar é de alguma irreverência semelhante à que o Paulo Gorjão demonstra neste post que o nosso país precisa, mas não liguém a isto que as funções deste blogue são meramente catarticas ...

1 comentário:

sabine disse...

Desculpa lá: é normal numa universidade fazerem-se 10 a 12 cadeiras por ano. Tudo depende do curso, claro. J+a a maneira COMO as cadeiras são feitas, isso sim, é questionável.

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