29 de janeiro de 2007

O PNR e os movimentos pelo "Não" no referendo sobre aborto

Vai para aí um grande escandalo, parece que o PNR se manifestou em favor do voto no "Não" no referendo sobre o aborto.

Perder tempo com este assunto parece-me reprovável. Se se tratasse de uma eleição para um cargo político em que um dos candidatos manifestasse essas inclinações consideraria isso grave.

Que eu saiba não está em discussão a eleição de nenhum nacionalista.

O PCP já renunciou explicitamente ao marxismo leninismo? Alguém do lado do "Sim" se importa de estar ao lado do PCP nesta luta? Eu não ...

Eu pensava que o objectivo dos que querem votar "Sim" neste referendo era permitir às mulheres abortarem por sua escolha sem terem que enfrentar o tipo de estigma que o aborto clandestino impõe hoje em dia. Tudo o resto é pequena política.

A lei do referendo foi construida de forma a garantir que a discussão política que antecede um referendo não é monopolizada pelos partidos, pelos vistos alguns dos participantes neste debate não percebem o alcance da opostunidade que lhes está a ser dada. É pena. Depois espantem-se se a abstenção for demasiado grande ...

28 de janeiro de 2007

Sobre a república direi apenas que tem um belo par de brincos ...

Isto sim é serviço púb(l)ico!

26 de janeiro de 2007

Ainda as cartinhas de recomendação

Hoje vou telefonar a uma pessoa para a tentar convencer a entrevistar-me antes de obter uma carta de recomendação do meu orientador.

Tudo isto é cómico, especialmente se tivermos em conta que os senhores trabalham na mesma instituição, no mesmo edifício e que vão aos mesmos seminários.

Depois vou estudar física do décimo segundo ano ... tenho planos fantásticos para baralhar as criancinhas do nosso país ...

24 de janeiro de 2007

Entrevistas de emprego

Palpita-me que fazer entrevistas de emprego deve ser uma boa introdução à psiquiatria. Eu só posso falar pelo que me toca a mim, mas palpita-me (não sei porquê) que do outro lado a coisa não deve ser muito diferente.

A única coisa que eu não sei é se do outro lado as pessoas se apercebem das figuras que às fazem quando dizem certas frases, e quem vos diz isto é um gajo muito directo e, às vezes, até desastrado.

Se estes gajos precisarem de alguém para recolher material de base sob o anonimato podem contar comigo.

Se há coisa que eu não faço no local de trabalho é dizer palavrões. Entenda-se: não digo palavrões na presença dos meus superiores hierarquicos ou de colegas em quem não confio; mas acho que, às vezes, a um colega em quem confiamos o melhor que lhe podemos fazer é mandar uma caralhada oportuna. Evitam-se muitos equívocos inoportunos.

23 de janeiro de 2007

Os tribunais estão tão mal, o programa Prós e Contras é tão bom, porque é que não fecham os tribunais e dão à Dótora Fátima Campos Ferreira plenos poderes para julgar todos os processos que se amontoam nos tribunais portugueses?

Já viram o dineiro que se poupava aos cofres do Estado? E o que se lucrava em publicidade ...

22 de janeiro de 2007

Caralho Rodrigo, não vês que esse gajo, nos dias que correm, ainda é menos operário do que eu?!

Focus: um pasquim por 2 euros e 75

Hoje ao contrário do que vem sendo habitual resolvi abrir os cordões à bolsa para comprar a revista Focus. O motivo: a reportagem de capa "Conuistar o melhor emprego".

A reportagem não era má embora, em boa verdade, não me tenha revelado grandes novidades ...

O resto da revista? Um pasquim sem ponta por onde se lhe pegue.

Assim vai o nosso jornalismo papel couchet ...

A deficiência e as religiões ...

Para os mais atentos leitores deste blogue este post pode parecer estranho. No entanto acho que se justifica, há coisas que não necessitam de ficar no recato das caixas de comentários. Reproduzo em seguida um comentário do Luis Oliveira sobre a defeciência no contexto do culto da reencarnação nas culturas orientais (daqui).

Direi que independente do que se pensar sobre o aborto eugénico (e importa aqui cultivar algum silêncio para que o ruido não tome conta dos nossos cérebros) a forma como a deficiência é enquadrada no contexto da crença na reencarnação é para mim completamente inaceitável.

As pessoas portadoras de deficiência sofrem imenso, muitas vezes são tratadas como monstros pelos outros. Eu próprio presenciei uma situação destas uma vez que fui ao cinema com uma prima minha que tem o lábio leporino. Apeteceu-me correr à estalada um bando de adolescentes que estavam junto de nós pela forma como olhavam a minha prima.

Naste contexto a crença na reencarnação torna tudo pior ao culpablizar os portadores de deficiencia pela sua deficiência afirmando que esta serve para espiar os pecados cometidos na vida anterior.

Acrescentarei que o que se passa na religião cristã não é muito diferente, se por um lado não existe o elemento de culpabilização referido pelo Luis Oliveira no seu texto, por outro o sofrimento é apresentado como uma provação dizendo-se que o ser humano "tem recursos" para lidar com a "provação". Terá?!

Ainda assim reconheço que a vida de Cristo está pulvilhada de milagres. Não me refiro aos milagres, no sentido mágico do termo (que de resto Cristo evitava a todo o custo), refiro-me isso sim aos milagres da boa vontade. Esses sim verdadeiros e em boa verdade milagres maiores.

20 de janeiro de 2007

Entretem

Brincar com a lista de linques é um entretem como outro qualquer.

Gostaria de relatar o caso de um homem meu vizinho, a fazer 50 anos, o qual sofre de paralisia cerebral.
Chamar-lhe-ei António. Sempre o conheci uma criança, pela mão da mãe, que pouco pode trazê-lo à rua: ele embaraça-nos. Moro nesta zona há 23 anos, e há 23 anos que o António vai de manhã para o centro de convívio, e regressa à tardinha(...).
O António é uma criança com corpo de homem, e irreprimível desejo humano; privado de discernimento sobre o que é socialmente aceitável, qualquer mulher é um alvo. Quando nos encontramos, no curto percurso que faz com a mãe até à carrinha, ou regressado dela, o António apanha-me, abraça-me e lambuza-me, perante a nossa impotência. Nenhuma de nós tem força para impedir os enormes, fortíssimos abraços do António. Eu não sou a única vítima das suas pulsões sexuais, das quais me desembaraço o melhor que consigo, tentando acalmá-lo, e desproblematizando a questão perante a mãe, que se desfaz em desculpas. Da janela apercebo-me que isto acontece com outras vizinhas. O António quer beijinhos, muitos beijinhos e abraços, porque o António tem 50 anos e o seu corpo é sexuado e insatisfeito. Sofre intensas crises de natureza sexual, tornando-se muito agressivo, e difícil de controlar, mesmo em casa. Pelo que conheço da situação, sei que se os pais do António tivessem podido amputá-lo da sua sexualidade, tê-lo-iam feito para bem de todos.
A dignidade humana também deveria passar pela protecção contra o sofrimento inútil, quando é causado pela impossibilidade de acesso à satisfação de uma necessidade socialmente vedada.

Manipular as funções de um corpo para lhe causar maior bem-estar será algo tão censurável? Manipulá-lo para seu conforto, como se amputa uma parte do corpo cuja doença nos poderá ser fatal? O António, bem como os seus familiares, teriam uma vida melhor, se o seu quotidiano não fosse dominado pela necessidade sexual. Isto pode dar vontade de rir a quem seja alheio ao caso, mas não tem graça alguma: o António tenta violar as mulheres que existem em sua casa, as que aí vão, as da família; no entanto, o António, que tem 50 anos, mal fala, mal anda, e tem uma idade real de dois anos.

17 de janeiro de 2007

A cunha

Eu acho deprimente o ponto a que a corrupção chegou na sociedade portuguesa. Segundo as opiniões autirizadas, desde desde que teve lugar a "operação mãos limpas" a nossa situação consegue ser pior do que a Italiana.

No entanto eu reconheço que há um (e só um) benefício nesta situação: a quantidade de situações cómicas que se geram.

Suponham um jovem desempregado (e eu felizmente não conheço nenhum) a quem é oferecida uma cunha para uma posição na administração pública. O jovem recusa. Onde chega a ousadia destes moralistas da trampa!

A situação aqui delineada pode gerar diálogos imensamente cómicos, assumindo eu que todos têm o cuidado de falar num tom de voz aceitável.

Digam lá se isto não dava um excelente projecto literário.

Vasco, are you talking to me?

Independentemente da resposta ser afirmativa ou negativa queria renovar-te aqui os meus votos de um feliz 2007 (sem ponta de ironia).

[Caro Luis Oliveira, houve aqui um mal entendido! Vá mas é tomar os comprimidos. Hoje ficamos por aqui. Até para a semana, à mesma hora.]

16 de janeiro de 2007

Os aforismos de Vasco Barreto

Este blogue é das melhores novidades que a blogosfera portuguesa viu recentemente. A mestria do autor para mim não é novidade, mas o formato escolhido revela sem dúvida um refinamento das suas potencialidades que é digno de nota.

15 de janeiro de 2007

"Eu quero que venha um tubarão e coma as mamas daquela gaja"

Digamos que no caso em apreço o único problema que pode ocorrer é uma indigestão do tubarão por excessos alimentares.

14 de janeiro de 2007

e agora algo completamente diferente

No post anterior fala-se em expiação do pecado no contexto da cultura católica.

Deixo aqui um desafio ao Luis Oliveira para escrever um texto sobre a forma como a deficiência é enquadrada nas religiões orientais que sustentam a crença na reencarnação.

da inviolabilidade da vida e do radicalismo pró-vida

"A vida começa no momento da concepção, assim sendo o facto de um feto ter sido concebido no acto de uma violação não justifica a interrupção voluntária da gravidez."

Esta frase está entre aspas, mas não é uma citação fui eu que a escrevi. Podia no entanto ter sido escrita por algumas pessoas, ainda se lembram do padre que disse que "é preferível contagiar a SIDA a usar o preservativo."?

Nas entrelinhas destas frases sinto que a SIDA e a gravisez após uma violação (com o sofrimento que lhes está associado) são por alguns consideradas justas penalizações para espiar o pecado sexual. Se no caso do uso do preservativo isso é claro, admito que no caso da violação isso não seja tão claro. Conheço no entanto um caso de uma mulher que foi violada na Covilhã que ao ser atendida pela polícia foi repreendida por andar sozinha na rua à noite ...

No caso de uma violação o mais acertado é sem dúvida o uso da pílula do dia seguinte, no entanto isso nem sempre é possível porque agumas mulheres vítimas de violação optam legitimamente por não serem vistas por um profissional de saúde logo asseguir ao crime. Nesses casos é necessário recorrer ao aborto, que de resto é legal no contexto da actual lei.

Se é certo que de um ponto de vista ético é preciso considerar a dor e o hipotático sofrimento do feto no acto do aborto, por outro lado não é de todo eticamente aceitável não pesar o sofrimento da mãe numa situação destas. Para que lado penderá a balança?

Será necessário estudar a frequência do suicídio materno nestas situações?

Alguém me explica ...

... porque é que os preservativos (tal como os iogurtes) têm prazo de validade?

13 de janeiro de 2007

dos escrúpulos e da luta contra os escolhos da endogamia

Emails para o Instituto Superior Técnico só no dia 1 de Fevereiro.

Por agora aqui ficam as palavras do Bruno Sena Martins.

Nota: É óbvio que quando falo de figo o jogador da segunda divisão de honra que há em mim lava a boca com a humildade possível.

"Não decidi deixar o Inter, decidi deixar o futebol de alto nível. Se tivesse decidido continuar no futebol de alto nível, não o faria nem sequer no Sporting. A última camisola que conta para mim é a do Inter." Luís Figo


Como sempre disse, os sportinguistas andaram 10 anos a mal-dirigir a mitologia do regresso. Não me ouviram. Curiosamente, o que há nisso de avassalador, ao nível identitário, não é tanto o equivocado objecto de querença, mas esse bizarro ensejo, em nós estruturalmente fundeado, de mais querer quem foi.

12 de janeiro de 2007

conversas do meu msn

Ela:Decididamente eu tenho de me deixar destas merdas ... já não me bastavam os gaijos e as gaijas do chat ... agora tenho o msn cheio de gente doida!
Eu: lol
Ela:pelo amor à santa!
Eu: Não te esqueças que eu sou uma gaja.
Ela:eu quero lá saber se o A. é gaija ou não porra rs
um fica com medo que eu ache que ele está no engate... tu dizes que o outro é mulher...
a outra faz-se queixas do namorado...
o outro da namorada ...
só eu que estou atulada em problemas cá em casa não me queixo... olha agora....

- É chato referires-te ao gajo com "filho da puta".
- Tens razão, nestes casos "cona da mãe" é muito mais adequado.

Eu sou mesmo um ganda filho da puta

Eu só posso mesmo ser um grande filho da puta. Se as pessoas ousam esfaquear-me nas costas quando eu até tenho instrumentos concretos para ferir (gravemente) a sua reputação ...

Técnicas de corrupção

Eu acho que é interessante estudar como é que as pessoas em posições de poder coagem os seus subalternos a cometer ilegalidades.

Uma técnica que me perturba, conciste em aplicar as pressões num conjunto de reuniões à porta fechada a dois.

Mas há um método mais fascinante. As reuniões em locais públicos (tipicamente restaurantes). O uso deste método torna-se tanto mais peculiar quando os envolvidos se reunem rotineiramente à porta fechada. É peculiar procurar um local público para discutir precticas ilegais quando a privacidade está ali ao nosso alcance. Eu não sou uma pessoa violenta, não tenho por hábito dirigir-me aos meus superiores hierarquicos usando plavrões ou no tipo de tom de voz que faz com que as paredes tenham ouvidos. Suspeito que o problema é outro: o meu cruel apego à verdade.

dura lex sed lex

a facada nas costas

Escrevo com uma faca cravada nas costas. Ainda não percebi bem as implicações da merda que me chegou aos ouvidos ontem. Ainda não percebi o que tenho que fazer. O que é certo é que tenho que fazer alguma coisa.

11 de janeiro de 2007

E você, é uma estrela porno?

Recomendo este teste vivamente.

Infelizmente não posso revelar o meu score, porque outro cabrão teve a amabilidade de responder por mim, e eu tenho uma reputação e o meu bom nome a defender.

10 de janeiro de 2007

A minha blasfémia pró-abortiva

Caro Rui, respeito a sua opinião, e até me sinto tentado a concordar, mas desculpe que lhe diga o senhor é tudo menos liberal.

Um bom liberal é o que gosta de mandar uma queca au naturel. Pense por um segundo no tormento desses pobres diabos. Já basta o HIV para os atormentar. Faça o obséquio de lhes garantir que se a senhora engravidar, tem a opção de abortar livremente. Não me vai dizer que acha que deve ser o casal a pagar tão peculiar método contraceptivo, ou vai?!

Eu que me comovo por tudo e por nada (TM) ou cenas da vida real



So you don't need anything else from me, do you?!

(Reesditado. Recordar é viver.)

Pense rápido

"Do you allow us to contact the refree before the interview?"

Pense rápido e de preferência não seja ingénuo ...

Grandes clássicas (femininas)

"Convidas-me para jantar?"

"We have made a thing, a most terrible weapon, that has altered abruptly and profoundly the nature of the world ... a thing that by all the standards of the world we grew up in is an evil thing. And by so doing ... we have raised again the question of whether science is good for man"

Oppenheimer num discurso à Sociedade Americana de Filosofia

Um bom cientista deve ser ingénuo ...

... pelo menos se quer viver de consciência tranquila ...

Such peculiar detachment stemmed from Oppenheimer’s conviction, at least at first, that simply to produce the weapon was his exclusive concern. How the bomb was to be used remained the prerogative of statesmen and military brass. Cassidy sees this feeling of reduced moral responsibility as largely a product of the prevailing culture rather than of Oppenheimer’s distinctive sensibility: “Under Vannevar Bush [the M.I.T. engineer who sold the Manhattan Project to President Roosevelt], the scientist as the enlightened keeper of cultural ideals and an equal partner with military and political leaders was replaced by a new conception of the scientist as a mere technician of physical processes, an employee working under orders at the bottom of a bureaucratic hierarchy.” When Project physicists began to voice misgivings about the morality of their handiwork, to the point of wondering whether they could decently continue working at Los Alamos, Oppenheimer did his best to curb their doubts.

In Oppenheimer’s Ethical Culture upbringing, and indeed in the culture at large, scientists were revered as white knights consecrated to the cosmopolitan ideals of perpetual peace, rapturous discovery in the name of humankind, and the fulfillment of Francis Bacon’s project for “the relief of man’s estate.” The distressing human predilection for the occasional blood-feast did, of course, impede man’s progress toward these ever-appealing ends. Alfred Nobel had hoped that his invention of dynamite, which enhanced exponentially the possibilities for battle carnage, would put people off war forever; it didn’t happen. Albert Einstein, equally peaceable but more discerning, said of the weaponry developed before the First World War—machine guns, massive artillery—that entrusting human beings with modern technology was like putting a meat ax in the hands of a psychopath. The flower of Wilhelmine chemistry devoted itself to devising chemical weapons that would eviscerate the throats and lungs of the French and British enemy in the Great War. When Fritz Haber, the presiding genius of German chemical weaponry, was implored by his wife, herself a chemistry Ph.D., to give up his work on poison gas, he replied that in peace a scientist serves mankind but in war he serves his country. His wife killed herself that night.

via Cabinet

Eu dava 1 cêntimo pelos pensamentos de Heber sobre o suicídio da mulher especialmente quando ele se apercebeu da loucura do antisemitismo nazi. Acho que vou ter que reler as passagens de "Einstein's German world" sobre Haber. Da memória que tenho do livro fiquei com uma viva impressão do "patriotismo" de Haber durante a primeira guerra mundial. E do impacto que o nazismo teve na sua vida (Haber era judeu). Este episódio na altura passou-me despercebido.

9 de janeiro de 2007

Da série "Estás vivo ou estás morto?"

Morto não estou, mas o que é certo é que já estive mais vivo ...

8 de janeiro de 2007

Coisas estranhas

Surgem-me posts na mente, mas não sinto a necessidade de vir aqui partilha-los.

4 de janeiro de 2007

À mesa com Kafka

Não esperava que sentissem saudades minhas tão rapidamente.

1 de janeiro de 2007

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