26 de julho de 2007

"The winer takes it all" e as águas do Tamisa


A expressão "The winner takes it all" é frequentemente usada para descrever o sistema eleitoral para o Parlamento Inglês.

No sistema eleitoral inglês existem várias centenas de círculos eleitorais, sendo que cada circulo elege um, e só um deputado. O deputado eleito é o candidato do partido mais votado para para esse circulo - "The winner takes it all".

Limitações do sistema:
a) não é um sistema proporcional (longe disso);
b) os eleitores de determinado circulo que não votarem no candidato vencedor podem sentir que o seu voto foi inteiramente desperdiçado.

Que eu saiba após a noite eleitoral o deputado eleito pelo circulo eleitoral tem que responder perante todos os seus eleitores. Por exemplo, eu (que sou o típico votante no MRPP lá do sítio) se tivesse a infelicidade de viver num circulo eleitoral onde ganhasse um candidato do Partido Conservador e lhe pedisse uma audiência (coisa que é muito comum na Ignóbil Albion) ele não me podia recusar a audiência usando como argumento as minhas inclinações ideológicas. Era bem capaz de ter que me ouvir durante um bom quarto de hora.

Vem isto a propósito deste post do Filipe Moura.

No segundo parágrafo o Filipe Moura diz e passo a citar O problema destas "políticas de proximidade" é que os eleitores tendem a sentir-se os mais importantes do mundo, e esperam uma dedicação exclusiva dos seus eleitos (sendo que tal nem se traduz numa maior participação eleitoral). Por isso não sou favorável a esta concepção de política, muito vulgar na Grã Bretanha. E que em Portugal se difundiria, se hipoteticamente fosse aprovada a famigerada regionalização.. Depois cita "com destaques dele" este artigo do Diário de Notícias.

Duas perguntas para o Filipe Moura:
1) a regionalização em Portugal não seria mais semelhante com a autonomia do País de Gales do que com o sistema eleitoral para o Parlamento Inglês previamente descrito? (Cito o País de Gales e não a Escócia porque a autonomia escocesa é bastante mais vasta do que a do País de Gales.)
2) Onde é que o artigo do Diário de Notícias que eu linco no meu post cita o sistema eleitoral inglês?

Agora duas clarificações:
1) Acho, de facto, que o sistema eleitoral inglês está demasiado afastado da proporcionalidade, mas vou lembrando que no nosso sistema eleitoral bastam 43 % dos votos para obter uma maioria absoluta.
2) Oponho-me à regionalização por razões que não estão tão longe das do Filipe como isso. Num país tão pequeno como o nosso é muitas vezes difícil tomar decisões de uma forma imparcial, mesmo ao nível dos orgãos centrais.

(Na imagem: o Parlamento Inglês, ao pôr do Sol, segundo Turner)

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