Eleições Cleptocráticas
(por Bruno Sena Martins)
Decisiva para uma candidatura eleitoral será sempre cobertura mediática que alcança. Pelas estratégias de marketing que por aí vamos assistindo poucas dúvidas restam: para ter como garante a atenção servil dos jornalistas o melhor mesmo é ser arguido num processo judicial. Isaltinos, Avelinos, Velentins e Felgueiras que o digam. Bem, mas, lá está, aqui começam as desigualdes a que já aludia Marx. Como nem todos têm acesso aos meios de produção dos crimes de colarinho branco -- para isso é preciso tomar o aparelho autárquico (não é automático, mas quase) -- as injustiças tendem a perpetuar-se. Contudo, os canditatos ainda-não-arguidos que careçam de processos para atrair a atenção dos media não deverão desesperar. Serenos. Poderão sempre partir umas montras, deixar o carro mal estacionado ou queimar a bandeira portuguesa. São crimes menores e sem o prestígio de outros, mas, enfim, todos candidatos-estrelas começaram por baixo. Os empreiteiros e os clubes da bola vêm depois.
(o que vai salvar isto ainda é o choque tecnológico)

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