28 de setembro de 2005

O imperativo biológico feminino

Por qualquer razão que me transcende tendo a gostar de mulheres mais velhas. Tendo eu 27 anos isso significa que há um "problema" com que frequentemente me deparo é o do desejo de ser mãe. Esse desejo de ser mãe sobrepõe-se muitas vezes à busca de um parceiro.

Em casos extremos a mulher abdica do parceiro e apenas quer ser mãe solteira. Não é por ser homem que vou negar as barbaridades que alguns de nós cometem. Querer ser mãe solteira quando não se encontrou o parceiro que se deseja não é de facto egoísmo, eu chamar-lhe-ia um imperativo biológico.

Mas às vezes parece-me que o único pai (e por arrasto homem) que concebem é um pai ausente, um pai negligente. A minha pergunta é porque é que elas vêm as coisas assim? Que mal é que os homens lhes fizeram para verem as coisas assim?

Conheço uma autora inglesa que tem um romance onde um filho de uma mãe solteira arrasa a mãe. A autora pergunta-se porque é que este filho se indigna tanto com a mãe quando na hora H foi sempre ela que esteve lá e não o pai? Tive uma amiga minha que se encaixava perfeitamente neste perfil. Mas a minha análise é que o que lhe faltou a ela foi justamente um pai, um pai presente e afectuoso (e reparem que isto é possível mesmo quando pai e mãe resolvem separar caminhos, mesmo quando o filho fica com a mãe). Na minha perspectiva um pai presente e afectuoso para um filho do sexo masculino serve sempre como modelo. Para uma filha um pai afectuoso pode ser um poderoso contraponto contra os namorados mal comportados (que os há), a prova de que nem todos os homens são diabos.

[post originalmente publicado em 20 de Setembro de 2005 pelas 22h e 12 minutos]

8 comentários:

Anónimo disse...

"Para uma filha um pai afectuoso pode ser um poderoso contraponto contra os namorados mal comportados (que os há), a prova de que nem todos os homens são diabos."

Sem dúvida, mas não a protege das mãos dos diabos! E mais tarde ou mais cedo todos nós nos cansamos de andar nas mãos do diabo, ansiando apenas por paz! ;)

Unknown disse...

Como eu te entendo!

Anónimo disse...

Ola, Luis!
Finalmente posso estrear-me no teu blog com um comentario! Tenho varias amigas que estao a namorar com rapazes bastante mais novos (5-8 anos de diferenca). Diria ate (e elas tambem dizem por isso nao ha problema) que e uma moda. Estas amigas minhas andam todas na casa dos 30 e deparam-se com o problema que tu referiste: os namorados sao em tudo ideais, responsaveis, principes encantados no fundo (ou principes encantados para mulheres com dois dedos de testa que sabem encarar os contos de fadas com a prespectiva necessaria). So ha um problema - elas estao a aproximar-se da idade em que ja e dificil ter filhos, eles ainda nao chegaram a idade em que estao prontos para ter filhos. Convenhamos que para a maioria dos homens ter filhos aos 25 e muito cedo. Como e que resolvem o problema? A mulher abdica da relacao para garantir ter filhos? Mantem a relacao e arrisca o ter filhos com mais de 35 anos? O homem abdica de parte da vida e aceita ter filhos demasiado novo? (a ressalva que a maioria das mulheres nao aceitaria esta terceira hipotese por achar que o homem nao seria um pai apropriado).
As minhas amigas ainda nao chegaram a fase de decisao final. Neste momento parece que se inclinam para arriscar ter filhos mais tarde no entanto...

Unknown disse...

Maya eu entendo perfeitamente a tua posição e a da Morgan. Alias é já era para ter postado sobre isso com um episódio anedótico de uma colega minha Sueca que nos seus mid-twenties para poder alugar casa em South Kensington era mentora de uma residência e tinha os putos de 18 anos a fazerem-se a ela entre dois charros.

É claro que ela se ria daquilo ...

Agora a questão de eu gostar de mulheres mais velhas, para mim não é uma moda é uma questão de gostar de mulheres psicologicamente mais maduras e com lastro. E não sou propriamente o tipo de gajo que fica a deitar contas à vida se as rugas da princesa vão aparecer ou não 10 anos mais cedo.

Resumindo concluindo e baralhando. Acho perfeitamente natural que uma mulher de uma certa idade (parece que estou a falar de mulheres com 65 anos) queira ter uma relação que lhe permita ter filhos. Mas essa não pode ser a base da relação, a base da relação tem que ser o relacionamento a dois, depois os filhos virão a seu tempo. Repito VIRÃO a seu tempo.

(Quanto às mães solteiras, isso é outra história ... é qe eu também não sou o tipo de gajo que quer casar com um acordo prenupcial.)

Anónimo disse...

Pois a questao e que a seu tempo e diferente para o homem e para a mulher. E infelizmente por muito que se lute (os que nao tem juizo) contra a biologia, a razao principal para a maioria das mulheres em ter uma relacao e ter filhos. Ve o meu artigo de hoje no contanatura!

Anónimo disse...

Se o bjectivo do teu post era fornecer mais provas da tao falada maturidade feminina, acho que falhaste o tiro.

(Luis)

Isabela Figueiredo disse...

Tive um pai muito presente, que encheu a minha vida e emoções e me marcou profundamente. Mais que a minha mãe.
No entanto, não acho que seja fundamental uma criança ter um pai e uma mãe no sentido tradicional. Pode ter só um ou 2 mães ou 2 pais. É importante que a criança seja respeitada, estimada, que lhe sejam transmitidos valores correctos.
As mulheres, hoje em dia, estão muitos conscientes da precariedade das relações; não toleram muitas coisas que antes se toleravam aos homens.De forma geral, as mulheres mudaram mais e mais rapidamente. Tornaram-se completamente autónomas dos homens, financeiramente. Não é que tenham algo contra eles. Não precisam é deles, como nos velhos tempos em que não trabalhavam e estavam sujeitas ao que viesse. Isso mudou completamente as estruturas. Irreversivelmente.
Uma mulher precisa de um homem para conceber um filho, mas não precisa de aguentar uma relação sentimental falhada para o criar.
Eu gostaria que um filho meu tivesse pai, que estivesse com ele, mas não seria obrigatório morarem na mesma casa. Embora isso também pudesse acontecer. Eu poderia ser uma óptima amiga do pai do meu filho e não ir para a cama com ele. Ou ir. Tanto faz. Hoje em dia...

Anónimo disse...

Isabela põe-te a pau: há aí um quê de complexo de édipo!

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